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HUNGRIA – Um banho de sangue – 1615 d.C.

Meu nome agora é Emaleth.

Estamos em 1615 d.C., na Hungria.

Meu signo agora é o de Libra, que simboliza a justiça, determina vontade e energia, curiosidade, liberdade e independência, além de trazer um extraordinário desenvolvimento dos cinco sentidos físicos e dos psíquicos, com grandes faculdades mediúnicas. Acho que foi isso que me ajudou em toda essa tragédia.

Eu agora sou uma velha freira, mas há 40 anos, em 1575, eu era uma simples serva num castelo muito, muito especial.

Meus pais trabalhavam nesse castelo e foi lá que eu nasci e consegui sobreviver, a duras penas, até entrar para o convento.

            – Pensando bem, contando, ninguém há de acreditar nas coisas que vi e ouvi naquele castelo.  Mas tudo que vou lhes contar aconteceu realmente.  Tanto é verdade, que eu hoje estou de volta, para tentar conversar com a antiga dama (se é que posso chamá-la assim) em que nele morava e ainda que mora, de certa forma.  Não sei por quanto tempo ainda…

Quando eu nasci, minha mãe estava recebendo, junto dos outros criados, a nova dona do Castelo Csejthe, a senhora Erzsébet Báthory, recém-casada com o Conde Ferencz Nadasady.

Erzsébet tinha 15 anos quando se casou com o Conde, que também tinha pouco mais de 18 anos e não estava muito interessado naquele casamento por conveniência, arrumado por sua mãe, Ursula Nadasady.

Ele quase não parava no castelo, sempre viajando e guerreando.

Em 1585, nasceu a primeira das suas três filhas, Anna.  As outras foram Orsika e Katherina.  Ela teve também um filho, Paul, em 1598.

Erzsébet era muito bonita, bem feita de corpo e loura, mas só porque lavava o cabelo com camomila e açafrão.  Mudava de vestido 5 a 6 vezes por dia, vivia na frente de seu grande espelho, durante longas horas, diurnas ou noturnas, contemplando sua própria imagem.  Para ficar com a pele mais branca, passava no rosto uma pomada de pés de carneiro e disfarçava seu odor pestilento, com essências de jasmim e de rosas.

– Mas, porque odor pestilento, numa mulher tão bem cuidada?

Havia um motivo só dela, uma razão tão obscura quanto inacreditável.

A Condessa estava sempre em busca do prazer.

Cercada de aduladores e amando muito a si própria, tinha de manter a aparência sempre bela e jovem.

Segundo crendices daquela época, povoada de feitiços e de perversão, a melhor fórmula para manter-se a juventude era banhar-se em sangue fresco.  Usava-se o sangue dos porcos, bois e cabras, para isso.

Porém, para Erzsébet, essa prática era muito mais especial.  Ela não temia o cheiro da morte, pelo contrário, gostava de seu sabor, e banhava-se em sangue fresco das jovens vítimas de suas sandices.

À medida que eu, Emaleth, crescia, fui entendendo o que realmente acontecia no castelo, na ausência do marido da Condessa.

Minha mãe me escondia dela depois que passei dos doze anos, pois sua preferência era por jovens altas, belas e louras.

– Ainda bem que eu era muito pequena para a minha idade, e passava desapercebida.

A Condessa Báthory usava uma grande variedade de métodos de tortura em suas vítimas.

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